O chão de terra, um colchão velho em cima de caixotes de madeira, um vaso sanitário e poucos objetos foram encontrados no lugar onde vivia Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que morreu ao ser levado para um banco, onde faria um empréstimo de R$ 17 mil, na última semana. O ambiente improvisado fica dentro de uma garagem, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Paulo vivia sozinho no espaço de 4 metros quadrados, com telhado metálico e com apenas uma brecha na parede para circulação de ar. Por isso, o lugar é frio, úmido e com cheiro de mofo. As informações são do jornal O Globo.
Alguns objetos pessoais estavam sob o único móvel dentro do cômodo, uma lona cobria a maior parte da abertura na parede e um lençol fino era colocado no colchão velho onde Paulo dormia. Alguns tecidos eram usados em cima do vaso sanitário.
Os moradores do entorno relataram que o idoso era uma pessoa solitária, que não costumava receber visitas de parentes, com problemas para se alimentar e com questões em relação à bebida alcóolica. Ao ver a situação, os vizinhos reuniam doações para ajudar Paulo.
Paulo Roberto morreu na última terça-feira (16) enquanto era conduzido numa cadeira de rodas para o banco onde seria feito empréstimo de R$ 17 mil. A mulher que o acompanhava Érika de Souza Nunes afirma ser sobrinha e cuidadora do idoso. Na comunidade onde o homem vivia, contudo, ela não é conhecida.
O caso ganhou repercussão nacional durante a semana e imagens de segurança indicam que o idoso poderia já estar morto ao entrar na agência bancária. O caso é investigado pela polícia que também analisa a possibilidade da mulher ter cometido maus-tratos.
O corpo foi recebido no Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande, no Rio de Janeiro, um dia após a morte. Paulo Roberto, além das roupas, usava frauda. O laudo cadavérico aponta que ele estava enfraquecido e debilitado.
O documento detalha ainda que a causa da morte pode ter sido por um engasgo ao ingerir um alimento que levou a uma broncoaspiração.
Uma semana antes da morte, o idoso ficou internado numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para tratar uma pneumonia. Paulo foi liberado um dia antes de ser levado para uma agência bancária. O prontuário da unidade de saúde registra que o homem estava com dificuldade para andar e falar, além da pressão baixa.
Fonte: Diário do Nordeste