"Dois contratos nos chamaram muita atenção. Um de bebedouro e outro de aluguel de guindastes. Os dois contratos somam cifra de R$ 172 milhões. O governo tem a obrigação moral e legal de explicar esses contratos", disse o deputado estadual de São Paulo EmĂdio de Souza (PT), membro do GT.
A equipe de transição não soube informar o objetivo dos contratos, nem divulgou documentos relacionados, mas informou que os indĂcios jĂĄ foram denunciados em representação enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quinta.
"A informação que tivemos, e levamos ao TCU, é que esse empresa de bebedouros fica aqui no Gama [região administrativa do Distrito Federal] e tem como sócio majoritĂĄrio um senhor que é motorista de cargas e pessoas", disse a deputada Maria do RosĂĄrio (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos e integrante da equipe de transição.
A reportagem entrou em contato com o ministério, que enviou a resposta por e-mail, no qual diz que "o referido grupo não apresentou provas" e pede que "estas sejam encaminhadas" para que possa se posicionar.
A equipe de transição informou que vai propor ao novo governo a revogação de atos que teriam comprometido a participação social na discussão de polĂticas pĂșblicas de direitos humanos no Brasil. Maria do RosĂĄrio deu como exemplo a troca de integrantes na Comissão Nacional de Mortos e Desaparecidos PolĂticos e na Comissão de Anistia. Segundo a deputada, parte dos integrantes dos colegiados, embora tenham sido nomeados legalmente, não cumpre os critérios legais previstos em lei para a ocupação da função pĂșblica.
"As nomeações das pessoas para essas ĂĄreas no governo atual ferem a legislação porque as comissões foram posicionadas contra aqueles que lutaram pela democracia no Brasil. Nós não dizemos que hĂĄ irregularidade na nomeação, porque é de livre nomeação. No entanto, uma lei, de 1995, e outra lei, de 2021, tratam objetivamente das caracterĂsticas necessĂĄrias para que as pessoas integrem essas comissões. E a caracterĂstica é serem pessoas de conhecimento na ĂĄrea, ilibada reputação, por óbvio, e uma favorĂĄvel posição ao trabalho das comissões", afirmou a deputada.
O grupo de trabalho também criticou a execução orçamentĂĄria da pasta de Direitos Humanos em 2022, em que teria sido liquidada em apenas 18% do total previsto. Além disso, cerca de 40% dos recursos foram empenhados (reservados). "De pouco mais de R$ 900 milhões, de 2022, foram pagos R$ 170 milhões, algo em torno de 18%. E empenhados, 40%", destacou EmĂdio de Souza.
Fonte: AgĂȘncia Brasil