PolĂ­tica

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Transição identifica contratos suspeitos na área de direitos humanos

A equipe de transição do novo governo identificou contratos considerados suspeitos na atual gestão do Ministério da Mulher, da...

Por Globo Cariri 09/12/2022 às 12:20:02

A equipe de transição do novo governo identificou contratos considerados suspeitos na atual gestão do Ministério da Mulher, da FamĂ­lia e dos Direitos Humanos. A informação foi dada nesta quinta-feira (8), em BrasĂ­lia, em entrevista coletiva dos integrantes do grupo de trabalho (GT) de direitos humanos, que estão fazendo um diagnóstico das polĂ­ticas pĂșblicas do setor.

"Dois contratos nos chamaram muita atenção. Um de bebedouro e outro de aluguel de guindastes. Os dois contratos somam cifra de R$ 172 milhões. O governo tem a obrigação moral e legal de explicar esses contratos", disse o deputado estadual de São Paulo EmĂ­dio de Souza (PT), membro do GT.

A equipe de transição não soube informar o objetivo dos contratos, nem divulgou documentos relacionados, mas informou que os indĂ­cios jĂĄ foram denunciados em representação enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quinta.

"A informação que tivemos, e levamos ao TCU, é que esse empresa de bebedouros fica aqui no Gama [região administrativa do Distrito Federal] e tem como sócio majoritĂĄrio um senhor que é motorista de cargas e pessoas", disse a deputada Maria do RosĂĄrio (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos e integrante da equipe de transição.

A reportagem entrou em contato com o ministério, que enviou a resposta por e-mail, no qual diz que "o referido grupo não apresentou provas" e pede que "estas sejam encaminhadas" para que possa se posicionar.

Revogações

A equipe de transição informou que vai propor ao novo governo a revogação de atos que teriam comprometido a participação social na discussão de polĂ­ticas pĂșblicas de direitos humanos no Brasil. Maria do RosĂĄrio deu como exemplo a troca de integrantes na Comissão Nacional de Mortos e Desaparecidos PolĂ­ticos e na Comissão de Anistia. Segundo a deputada, parte dos integrantes dos colegiados, embora tenham sido nomeados legalmente, não cumpre os critérios legais previstos em lei para a ocupação da função pĂșblica.

"As nomeações das pessoas para essas ĂĄreas no governo atual ferem a legislação porque as comissões foram posicionadas contra aqueles que lutaram pela democracia no Brasil. Nós não dizemos que hĂĄ irregularidade na nomeação, porque é de livre nomeação. No entanto, uma lei, de 1995, e outra lei, de 2021, tratam objetivamente das caracterĂ­sticas necessĂĄrias para que as pessoas integrem essas comissões. E a caracterĂ­stica é serem pessoas de conhecimento na ĂĄrea, ilibada reputação, por óbvio, e uma favorĂĄvel posição ao trabalho das comissões", afirmou a deputada.

O grupo de trabalho também criticou a execução orçamentĂĄria da pasta de Direitos Humanos em 2022, em que teria sido liquidada em apenas 18% do total previsto. Além disso, cerca de 40% dos recursos foram empenhados (reservados). "De pouco mais de R$ 900 milhões, de 2022, foram pagos R$ 170 milhões, algo em torno de 18%. E empenhados, 40%", destacou EmĂ­dio de Souza.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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