TrĂȘs policiais militares investigados por participarem de um estupro coletivo em Fortaleza podem ser presos a qualquer momento. Nessa semana, a própria Polícia Militar do CearĂĄ (PMCE) representou pela prisão preventiva do trio, por meio do Inquérito Policial Militar (IPM) e agora aguarda decisão judicial.
A reportagem identificou os suspeitos, como: subtenente Raimundo FlĂĄvio Barros, soldado Israel Pablo dos Santos e o soldado Carlos Henrique da Rocha Rodrigues. As identidades dos agentes foram divulgadas no DiĂĄrio Oficial do Estado (DOE), em janeiro do ano passado, à época do crime. Agora, o Inquérito Policial Militar (IPM) encontrou indícios fortes do crime e pedir a prisão dos trĂȘs.
Eles seguem afastados do policiamento ostensivo, e alocados em funções administrativas, recebendo vencimentos oriundos dos cofres do Estado, por não haver determinação oficial para suspensão dos pagamentos.
"A Polícia Militar do CearĂĄ (PMCE) informa que os policiais militares respondem processo administrativo disciplinar pelo mesmo fato. Atualmente nenhum deles estĂĄ apto ao serviço operacional, podendo apenas concorrer a escalas administrativas. No tocante ao pedido de prisão preventiva a mesma tem que seguir o rito de passagem e manifestação do Ministério Público Militar para posteriormente ser analisada pelo juiz acerca de sua concessão".
O crime sexual teve como vítima uma mulher que aguardava um motorista de aplicativo e estaria sob efeito de ĂĄlcool quando foi violentada. O ataque aconteceu enquanto os agentes estavam de serviço e, na época, foi tema de reportagem do DiĂĄrio do Nordeste.
HĂĄ quase um ano e meio, a Corporação e a Controladoria tinham conhecimento do caso. Ainda no início de 2022, a CGD instaurou portaria para apurar a conduta dos PMs.
Na publicação do IPM no boletim de comando da PMCE, a Corporação afirma que foi constatado o estupro por meio de exames e diz que os policiais "devem ser considerados de alta potencialidade lesiva para o estado brasileiro".
"Constatou como resultado a confirmação positiva do ato sexual, com penetração vaginal, momento em que o médico legista coletou swab vaginal para fins eventuais de confrontamento com DNA dos suspeitos, caso sejam apresentados, além de swab oral na pericianda para fins de obtenção de sua amostra-base de material genético. O Laudo traz que: "Foram colhidos ainda swabs vaginais para pesquisa de espermatozóide de PSA, cujos resultados foram POSITIVOS, ou seja, representam vestígios laboratoriais da ocorrĂȘncia de conjunção carnal recente".
A CGD informa que segue em andamento o processo disciplinar em desfavor dos policiais militares e que determinou restrição do trio quanto ao uso e porte de arma de fogo.
A reportagem apurou que os PMs estavam de serviço e teriam oferecido uma carona à vítima na viatura policial. Conforme depoimento da testemunha, o crime aconteceu na madrugada de 23 de janeiro de 2022. A mulher se desencontrou de alguns amigos e teria ficado sozinha em uma calçada de um bar no Conjunto CearĂĄ.
Foi quando a viatura se aproximou e os militares começaram a conversar com a vítima.
Eles teriam dito que poderiam oferecer a ela uma carona porque o destino para onde ela iria estava na rota deles. Após saírem do local, a viatura parou em uma estrada carroçĂĄvel e os policiais teriam pedido para a vítima descer.
Segundo depoimento da mulher, ela não recorda com exatidão o que aconteceu depois, mas lembra que um dos policiais apertou seu seio e ela ficou sem o short. A vítima teria sido estuprada primeiro pelo motorista da viatura.
"Após o ato sexual deixarem-lhe na casa de uma amiga, onde tomou banho, contou o ocorrido e se dirigiu a unidade policial para denunciar o crime, tendo realizado exame de corpo de delito", segundo a portaria da CGD.
Fonte: DiĂĄrio do Nordeste