O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) é alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga o monitoramento ilegal de autoridades por parte da AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin) durante a gestão do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem (PL). Agentes da corporação estiveram, nesta segunda-feira (29), no gabinete do vereador na Câmara Municipal do Rio e em sua residĂȘncia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
A ação é um desdobramento das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. Segundo as investigações, o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços da agĂȘncia para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiĂĄtico, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.
De acordo com a PF, o objetivo é identificar os principais destinatĂĄrios e beneficiĂĄrios das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio das ações clandestinas. Nelas, eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciĂĄrias, sem qualquer controle judicial ou do Ministério Público.
Segundo a PF, a Abin fez 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo Bolsonaro. Do total, 1,8 mil foram destinados à espionagem de políticos, jornalistas, advogados, ministros do STF e adversĂĄrios da gestão do ex-presidente. Na última quinta-feira (25), Alexandre Ramagem foi o alvo da operação. O deputado comandou a agĂȘncia durante o governo do Jair Bolsonaro (PL) e é pré-candidato à prefeitura do Rio com o apoio do ex-presidente.
De acordo com os investigadores que acompanham o inquérito, a PF recolheu dados dos telefones funcionais de servidores e de computadores da agĂȘncia. Essas informações apontam Ramagem como o responsĂĄvel por autorizar a espionagem ilegal de autoridades.
Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informĂĄtico alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informĂĄtica ou telemĂĄtica sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Procurada pelo DIA, a defesa de Carlos Bolsonaro não se pronunciou. O espaço estĂĄ aberto para manifestações.
Fonte: CearĂĄ Agora