Educação

Propaganda

Saiba o que muda no Ensino Médio com novo texto aprovado no Congresso

Após sucessivos ajustes, com idas e vindas entras as duas casas do Congresso e nove meses de tramitação, a reforma do novo Ensino Médio segue agora para a sanção presidencial, após ter sua última versão aprovada na terça-feira (9) na Câmara.

Por Globo Cariri 11/07/2024 às 11:01:16

Após sucessivos ajustes, com idas e vindas entras as duas casas do Congresso e nove meses de tramitação, a reforma do novo Ensino Médio segue agora para a sanção presidencial, após ter sua Ășltima versão aprovada na terça-feira (9) na Câmara.

O projeto aprovado prevĂȘ a aplicação de todas as mudanças jĂĄ para 2025 no caso de alunos ingressantes no Ensino Médio. Os que jĂĄ estiverem com o Ensino Médio em curso terão um perĂ­odo de transição.

Ao final, foi mantida a essĂȘncia da projeto do governo federal, que era ampliar a parcela de conteĂșdos da formação bĂĄsica curricular - as disciplinas tradicionais, como portuguĂȘs, matemĂĄtica, fĂ­sica, quĂ­mica, inglĂȘs, história e geografia, conforme delineado pela Base Nacional Comum Curricular.

Pelo texto agora aprovado, a carga horĂĄria da formação geral bĂĄsica nos trĂȘs anos de Ensino Médio voltarĂĄ a ser de 2,4 mil. Outras 600 horas obrigatórias deverão ser preenchidas com disciplinas dos itinerĂĄrios formativos, nos quais hĂĄ disciplinas opcionais à escolha do aluno. A carga horĂĄria total serĂĄ então de 3 mil horas, 1 mil horas para cada ano, dividido em 200 dias letivos de cinco horas cada.

A proposta atende à reivindicação da comunidade escolar e de entidades ligadas à Educação, que se mobilizaram e pressionaram pela mudança, descontentes com o novo modelo de Ensino Médio que entrou em vigor em 2022, quando a formação geral foi reduzida a 1,8 mil horas.

A reforma que segue para sanção aumentou para 2,1 mil horas a formação geral bĂĄsica também no ensino técnico. As demais 900 horas devem ser dedicadas ao ensino profissionalizante, totalizando as 3 mil horas da carga total. No final, a Câmara rejeitou proposta aprovada no Senado que previa a possibilidade de que o ensino técnico chegasse a 3,6 mil.

A exceção ficou para o caso de profissões que exijam tempo maior de estudo. Nesse caso, 300 horas da formação geral poderão ser utilizados para o aprofundamento de disciplinas que tenham relação com o curso técnico - por exemplo, mais fĂ­sica para alunos de eletrotécnica.

IntinerĂĄrios

Outra mudança no novo Ensino Médio, proposta pelo Senado e mantida na Câmara, prevĂȘ menos liberdade nos itinerĂĄrios formativos, que agora deverão seguir diretrizes nacionais, a serem elaboradas Conselho Nacional de Educação (CNE), colegiado formado por representantes da sociedade civil indicados pelo Ministério da Educação.

Pelo novo texto, as disciplinas optativas no Ensino Médio deverão estar relacionais a um dos seguintes quatro intinerĂĄrios formativos: linguagens e suas tecnologias; matemĂĄtica e suas tecnologias; ciĂȘncias da natureza e suas tecnologias; ou ciĂȘncias humanas e sociais aplicadas. As diretrizes nacionais devem observar ainda especificidades da educação indĂ­gena e quilombola.

Isso restringe as possibilidade dos intinerĂĄrios formativos. Os defensores da restrição apontaram a experiĂȘncia mal-sucedida em diversos estados nos quais a ausĂȘncia de padronização levou a uma ampliação de desigualdades, com a oferta de mais de 30 trilhas de aprofundamento em alguns locais e de nenhuma em outros.

Também prevaleceu ao final a novidade de que, a partir de 2027, sejam cobrados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) conteĂșdos dos intinerĂĄrios formativos, além daqueles da formação geral bĂĄsica que jĂĄ são cobrados. Essa ideia havia sido retirada no Senado, mas acabou reinserida no texto final pelo deputado Mendonça Filho (União-PE), relator do tema na Câmara.

A proposta foi criticada publicamente por integrantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnĂ­sio Teixeira (Inep), que organiza o Enem.

LĂ­ngua estrangeira

Uma proposta inserida pelo Senado e rejeitada na Câmara foi a obrigatoriedade do espanhol na formação geral bĂĄsica. O texto que segue para sanção prevĂȘ apenas o inglĂȘs como lĂ­ngua estrangeira obrigatória, conforme defendiam secretĂĄrios de educação, que alegavam aumento de custos com a novidade, além de falta de professores.

Pelo texto final, o espanhol poderĂĄ ser ofertado de acordo com a disponibilidade dos sistemas de ensino. Em comunidades indĂ­genas, o Ensino Médio poderĂĄ ser ofertado nas lĂ­ngua maternas de cada povo.

Escolas noturnas

O Senado inseriu e a Câmara manteve a exigĂȘncia de que seja mantida na sede de cada municĂ­pio brasileiro ao menos uma escola com a oferta de Ensino Médio regular noturno. A condição é que haja demanda manifestada e comprovada por esse turno nas matrĂ­culas feitas junto às secretarias de educação.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro
ComentĂĄrios