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Ceará: Polícia descobre lista de membros da GDE em celular de 'recrutador' da facção

Dois homens jĂĄ foram condenados por integrar o grupo. Para a Justiça, "a descoberta da ficha de filiação dos rĂ©us na GDE representa uma causa provĂĄvel suficiente para embasar a convicção sobre a procedĂȘncia da acusação"

Por Globo Cariri 17/09/2024 às 09:55:56

Reprodução

Dois homens acusados de integrar uma célula da facção Guardiões do Estado (GDE) foram condenados na Justiça do CearĂĄ. Davi da Silva Rodrigues, conhecido como 'Criminoso' , e Edilanio Cordeiro de Oliveira foram sentenciados por participar de organização criminosa armada.

As autoridades chegaram aos nomes da dupla após a prisão de Antônio Cristiano de Andrade Costa, o 'CentenĂĄrio', apontado na investigação como um recrutador da facção. Consta nos autos que 'CentenĂĄrio' era responsĂĄvel pelo cadastro de novos integrantes da facção e no celular dele tinha uma lista com, pelo menos, 100 nomes de membros da GDE.

De acordo com a sentença proferida na Vara de Delitos de Organizações Criminosas, no fim do Ășltimo mĂȘs de agosto, Davi foi condenado a oito anos e sete dias de reclusão e Edilanio a nove anos e sete meses. Ambos negaram participar de facção, por meio das defesas.

Devido à quantidade de acusados, o processo foi desmembrado e neste saiu a condenação da dupla.

Os advogados Pedro Rocha e FlĂĄvio Uchôa, que representam a defesa de Davi da Silva, afirmaram à reportagem que vão recorrer da decisão.

"Se analisarmos o processo, veremos que hĂĄ apenas duas provas contra Davi: um depoimento que sequer fora assinado e um celular apreendido sem mandado. O JudiciĂĄrio, de forma reiterada, vem rejeitando acusações com base nesse tipo de prova, considerada nula; recentemente, obtivemos uma absolvição de 96 réus em um Ășnico processo e por motivo semelhante. Buscaremos a reforma desta sentença em segundo grau", segundo os advogados.

A defesa de Edilânio não foi localizada.

RECRUTAMENTO PARA A FACÇÃO

'CentenĂĄrio' "seria o responsĂĄvel pela coordenação dos ataques na região do Conjunto Alameda das Palmeiras, bairro Pedras". No celular dele foram localizados grupos de Whatsapp voltados para o batismo de membros da GDE.

"Além dos membros aqui denunciados, o cadastro extraĂ­do revela o ingresso de adolescentes na organização criminosa"

JuĂ­zes da Vara de Delitos de Organização Criminosa

Antônio teria dito aos investigadores que era padrinho na facção do denunciado Davi da Silva e que Davi tinha função de trĂĄfico dentro do grupo armado. Quando questionado em juĂ­zo, Davi exerceu o direito de se manter em silĂȘncio.

"É importante destacar que a defesa do réu se limitou a tentar afastar a culpabilidade do acusado sem apresentar qualquer prova substancial que sustentasse sua tese"

JuĂ­zes, sobre a defesa de Davi

A investigação teve desdobramento e em fevereiro de 2024 Edilânio foi preso, também vindo a negar os crimes.

A SENTENÇA

Consta na sentença que "a descoberta da ficha de filiação dos réus na GDE representa uma causa provĂĄvel suficiente para embasar a convicção sobre a procedĂȘncia da acusação. Ainda mais, tendo em vista a existĂȘncia de outras provas que corroboram a tese acusatória, as quais serão detalhadamente apresentadas adiante".

Para os magistrados, "a prova direta por si só fosse capaz de sustentar a condenação dos réus, acervo probatório indireto apresentado torna a acusação ainda mais robusta e convincente. Com efeito, tais elementos de convicção convergem para uma conclusão coerente, fortalecendo a tese da participação dos acusados na facção criminosa em questão".

Fonte: DiĂĄrio do Nordeste

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